É verdade que a inadimplência condominial impede condôminos tanto de convocarem uma assembléia como de votarem durante a mesma. Mas também é verdade que a forma autoritária e destituída de provas com que o Síndico apresentou o seu argumento nos leva a questionar sua veridicidade.
Sem dúvida, os responsáveis pela administração financeira e membros do conselho fiscal do Condomínio Mirantes de Aldeia II devem explicar e comprovar qual é a pendência que o lote 15 (do qual sou proprietária) tem perante o condomínio e também apresentar provas aos demais proprietários dos lotes acusados de estarem inadimplentes.
No meu caso, até que me provem o contrário, eu continuo convicta de que estou em dia com o condomínio.
Olhando retrospectivamente para a maneira displicente e desinteressada como o síndico respondeu à solicitação de convocação desta Assembléia feita por catorze condôminos, e a forma como o cancelamento foi anunciado para alguns condôminos (não todos), tudo nos leva a crer que o boicote foi algo planejado.
Desde o dia 10 de janeiro do corrente, quando o funcionário Luiz telefonou para o Síndico para informá-lo que havia uma correspondência endereçada a ele no condomínio, deixada por Mª Goretti, o síndico pediu para falar comigo ao telefone e já foi logo concordando com a convocação daquela Assembléia Extraordinária, e pediu-me para que eu mesma (e não ele, como seria de praxe) levasse a diante os trabalhos da convocação. Ele alegou que estava muito ocupado com problemas inadiáveis para resolver...
Em suma: o Síndico deu um parecer favorável sem ter tido o cuidado de saber quem eram os assinantes, e muito menos verificou a situação condominial deles antes de acatar aquela reivindicação de 14 condôminos. Como todos sabemos um parecer favorável à realização de uma Assembléia Extraordinária implica em custos para o condomínio, que passa a ser o responsável de custear tal assembléia.
Ademais, o fato de o Síndico, já na quarta-feira 18, ter se negado a alugar as 80 cadeiras que solicitei, e de ele ter dado ordens ao funcionário Luiz para alugar apenas 20 cadeiras - argumentando que ninguém iria comparecer àquela Assembléia, revela claramente que ele já sabia o que estava por acontecer, e que iria cancelar a Assembléia na véspera da sua realização.
E tem mais: além de ter boicotado a assembléia 24 horas antes de sua realização com argumentos evasivos e até hoje não comprovados, tudo nos leva a crer que o síndico não avisou a todos os condôminos sobre a sua decisão de cancelamento da Assembléia Extraordinária – pois ainda houve gente que se deslocou até o salão de festas do Condomínio Mirantes II, na manhã do dia 22 de janeiro,apesar das chuvas torrenciais, e ficou frustrada de não ter me encontrado na dita reunião. Ainda não satisfeitos com tamanha desfeita, Robson e Plínio (o subsíndico financeiro) divulgaram cinicamente pelos arredores do condomínio: “Cadê ela que não veio pra reunião?! Estão vendo, a pessoa mais interessada na assembléia não veio participar da mesma!” - numa tentativa de confundir os menos avisados, ao invés de se responsabilizarem pela desfeita que eles mesmos planejaram.
Por isso, caro condômino, eu não poderia deixar de escrever e publicar esta postagem – esclarecendo os fatos de forma transparente e responsável - mesmo sabendo o quanto todos nós estamos cansados de relatar e ouvir relatos das confusões administrativas e condominiais do Mirantes de Aldeia II.
Realmente, respeitados condôminos, depois deste boicote eu não tinha mais motivo algum para ir participar daquele encontro realizado no salão de festas do nosso condomínio, no domingo 22, pois eu não tinha dúvida de que a Assembléia Extraordinária pela qual trabalhamos com afinco se transformaria, como de fato se transformou, numa reunião íntima do síndico com aquele pequeno grupo de 3-4 pessoas que lhe apóiam. Eu sabia que os assuntos pertinentes previstos na pauta da assembléia - como por exemplo, os projetos de abastecimento de água, contratação de empresa administradra, etc - estariam fora da pauta dos assuntos que o Síndico e seus auxiliares iriam falar sobre.
Além disso, as inúmeras goteiras existentes no teto do salão de festas, que estava literalmente lavado de água de chuva, o fato de o síndico ter deixado claro que só pagaria pelas vinte cadeiras que ele mandou alugar; tudo isso me fez decidir levar para o terraço de minha casa as 60 cadeiras que eu tinha pedido ao funcionário Luiz para encomendar. Ou seja, eu preferi arrumar um cantinho em minha casa para receber as pessoas – caso alguém aparecesse... pois lá certamente estaríamos mais bem alojados para dialogar, e discutir os assuntos explícitos na pauta da Assembléia. Eu tive o cuidado de deixar o recado, avisando aos condôminos interessados que fossem para minha casa, lá na portaria com o porteiro do Mirante I, Manacéias, e também com Luiz .
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Embora a nossa assembléia não tenha acontecido como gostaríamos que ela tivesse acontecido - com a ampla participação de todos discutindo sobre os assuntos da água e da contratação da empresa para administrar o condomínio - a verdade, minha gente, é que, neste processo, várias sementes foram plantadas, através das nossas conversas por emails e telefonemas, e das nossas reflexões individuais. Sem dúvida, os que participaram deste processo ficaram conhecendo melhor os problemas do nosso condomínio e vislumbraram algumas alternativas de soluções - que ainda podem ser acionadas quando todas as condições favoráveis estiverem reunidas.
Sem dúvida, todos nós merecemos um condomínio bem administrados por profissionais competentes - para que a paz, a harmonia, o respeito e honestidade venham morar conosco dia após dia.
E se este for um desejo coletivo ele vai acontecer. Podemos confiar. Vamos em frente, dando um passo após o outro, realizando o que precisa ser realizado.
Cordialmente,
Mª Goretti
